The First Mountain: Pico Paraná.

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O montanhismo para mim começou em março de 2005, e justo aonde? Na maior montanha do sul do pais.


Vivia minha vida somente dentro do mar, desde adolescente a serra do mar me fascinava, inúmeras vezes que eu descia pro litoral ficava imaginando o que ficava sobre aquele manto verde, trilhas, rios, paredes a subir…conhecia muito pouco sobre ela, ate então somente tinha acampado no ´S´ no Nhundiaquara em um 7 de setembro, e um passeio pela represa de Piraquara.

Ouvi muitas historias sobre, Marumbi, Pico Paraná, Morro do Canal, mas nunca tive a oportunidade de ir ate eles, como eu não tinha noção nenhuma dentro de uma trilha, não era besta de me arriscar sozinho, continuava seguindo sentido litoral mesmo. Até quando conheci um amigo de trabalho: o Jerry. Já na segunda semana trabalhando juntos combinamos de ir para o PP, ate que enfim eu iria pra uma montanha.

Meus equipamentos, uma mochila de 70 litros uma bota da Snake ambas ganhadas de presente do meu cunhado, um saco de dormir emprestado do Lucas que esta comigo ate hoje rsrsrsr à e a câmera digital também dele, uma barraca, um isolante e uma lanterna fuleira comprado nas vésperas de partir para o PP.

Saímos sábado de manha sentido rodoviária, bumba lotado pra Registro com parada no Tio Doca, pra comprar o famoso álcool pro miojo, caminhamos os cansativos 7km ate a fazenda do Dílson em um sol de rachar a cabeça, quando vi o rio da fazenda pensei na hora “-banho agora” foi botar o pé na água e voltar pra traz “-ooooo água fria, caramba! sem chance,” único lugar ate hoje que eu refugo uma queda, empolgado com a trip, vamos aê, meio dia subindo o Getulio disputava cada milímetro de sombra em cada parada, chegando na pedra do grito com menos de roupa possível sentindo o vento fresco subindo da represa que alivio, é aquele famoso “- falta muito Jerry?” depois foi mais tranqüilo, água fresca na bica das raiz, e seguindo “-falta muito Jerry?”.

Amador de primeira viagem não faltou muito pra eu fazer uma coisa errada, um simples escorregão em uma raiz, e me apoiando para não cair, segurei em uma bambu quebrado no barranco e pronto, uma pele cortada entre os dedos da mão, sedo possível enxergar a fibra da carne ainda intacta ate jorrar sangue, e adivinha eu tinha levado todos os primeiros socorros “uma fita crepe” rsrsrsr sei lá pra que eu tinha levado ela, mas… juntando ela com uma meia limpa e uma luva de lã deu pra estancar o sangue e seguir em frente.

Depois de mais alguns escorregões, e uma garoa chegamos ao a1, cara que vista rsrs, nuvens cobrindo todo o local, passando de volta as raiz e voltando a crista do Caratuva na ultima clareira do a1, ate então umas das visões mais impressionante que já tive na minha vida PICO PARANÁ, límpido na minha frente sem nenhuma nuvem, como isso e possível a uns metros atrás não dava pra ver nada agora isso tudo aqui na minha frente, fiquei pasmo, que lugar lindo. Fotos e continuamos a descida ate o “colo” do PP com o Caratuva, a crista é bem loko pra descer, abismos em ambos lados, chegando nas escadas aquele primeiro frio na barriga, subir isso aqui carregado, mas foi tranqüilo, o psicológico é que pesa nessas horas sem experiência embaçado, enfim nosso destino do primeiro dia o a2 abrigo de pedra, montar barraca novinha. Curtimos um por do sol entre as nuvens muito loko, com relâmpagos …

Agora era dormir e acordar cedo e subir o que restava a noite pra ver o sol nascer no cume do PP, mas tarde chegou uma galera no a2 também para acampar lá, e combinamos de acordar no mesmo horário pra ir pro cume. Quatro e meia da manha todo mundo de pé sentido summit, e adivinha mais uma de amador, a pilha da lanterna fuleira acaba,vamos ai nos rastros dos outros, (não aconselho a ninguém a fazer isso), passando o cume falso já estava mais claro já tinha pensado que tinha perdido o nascer do sol, mas ainda não, aquele último gás e enfim, cume.

Foi meu primeiro cume de muitos, visão inexplicável, mar de nuvem, muito lindo, todo o esforço vale a pena, para ver um nascer do sol como esse, depois de nos aquecermos no sol, combinamos em partir cedo, já que tinha toda a descida ate a fazenda de depois ate o tio doca. Um brother que estava acampado no cume sozinho escutou nossa conversa e ofereceu uma carona ate Curitiba, que alivio, cara super gente fina. descemos mais tranqüilos, contemplando toda a vista.

Chegando na fazenda acreditando que era impossível acreditar que tinha visto no dia anterior que aquela água era tão gelada, fique frutado de novo, tava mais gelada ainda, foi só mesmo molhar as pernas pra dar aquela aliviada da descida, sem mergulho nenhum, e arrumar as coisas e partir sentido Curitiba, banho quente, e minha cama, planejando a volta!

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