A Grande Travessia do Carrasco

0

Uma das travessias menos conhecidas é a q atende pelo nome de Vista Alegre, divulgada pelo gde montanhista Sergio Beck, andarilho veterano q inspirou td uma geração a cair no mato, inclusive este aqui q vos agora escreve. À semelhança do caminho do Morro do Pinga, tem seu último trecho completamente tomado pela mata e devido a isso surgiram algumas variações do dito cujo q, em linhas gerais, parte do asfalto da BR-459 e percorre a crista da Mantiqueira sentido sudoeste, concluindo no Horto, em Cpos do Jordão. Algumas variantes a abreviam até o Bairro dos Pilões ou até na Faz. da Onça. Mas pq ao invés de encurtar não agregar outro pico com visu ao ilustre roteiro? Pois bem, foi o q fizemos em 3 dias bem andados, percorrendo boa parte da carta de Delfim Moreira, costurando a fronteira MG/SP e passando por tds os cumes acima de 2mil metros da região: Pico do Ataque, Carrasco e Alto do Cerco.

 

Desde q estive pela primeira vez na região do Carrasco – coisa de dez anos atrás – sempre me limitei a programas batidos, como a subida do pico homônimo e a descida até o Vale dos Pilões, via Trilha do Frei Galvão (aquela dos romeiros). Entretanto, sempre alimentei a idéia de esticar o programa prosseguindo pela “medonha” crista do Carrasco, sentido sudoeste. Medonha pq a ultima vez q lá estive encontrei o aceiro q a coroa coberto de espesso bambuzal, à diferença dos tempos do Beck. Contudo, esse trecho restante despertava meu interesse não por terminar caindo ao sul da Faz. Lavrinhas – já no vale do Ribeirão Galvão – e dali ter conexão direta p/ estrada do Horto. 
 
Um gde amigo meu da OBB até já fez esse trajeto na raça e, francamente, me confidenciou q a ausência de visu não compensou td ralação. Ainda assim, pra mim interessava esticar a crista somente até o cume de outro gde pico próximo, o Alto do Cerco, 15m “maior” q o Carrasco. E não bastasse isso, tornar o programa diferenciado do habitual agregando outro respeitável pico na cota dos dois mil situado já logo no inicio da pernada, o Pico do Ataque, q o Beck provavelmente ignorou por desconhecer uma simpática vereda até seu cume, do outro lado da montanha. Ele até subiu o pico e, segundo suas próprias palavras: “era longe e a paisagem não valia o esforço..”. 
 
Afirmação da qual discordo pq decerto ele se valeu da precária via de manutenção das torres, à semelhança da enfadonha estrada q leva à Pedra Grande, em Atibaia. Mas pra q ir por aí se há uma interessante trilha galgando cocorutos sucessivos da abaulada crista serrana, à nordeste, proporcionando um visu inspirador e privilegiado do Marins, Itaguaré e Serra Fina??? Qq semelhança como seu próprio roteiro do Carrasco seria apenas mera coincidência.
 
Após madrugar afim de tomar o primeiro ônibus (o das 6hrs) no Tietê rumo Itajubá (MG) e dormir durante boa parte do trajeto, eu e a Lau desembarcamos no asfalto da BR-459 ao lado de um decrépito (e desativado) Posto Policial já no alto da serra, as 9:20hrs. Claro q foi preciso deixar o motora de sobreaviso de modo a não passar batido por ele, pois apesar do lugar ser marcado pelo já mencionado Posto Policial, ele é mto mais conhecido como “Ponto (ou Posto) do Ataque”, devido a uma lacônica placa assinalando o Pico do mesmo nome, no sentido contrário. Em tempo, é preciso vir com cantil cheio pq o precioso liquido só aparecerá  dentro de 3hrs.
 
Logo após ajeitar as botas e colocar a mochila nos ombros, pudemo-nos imediatamente em marcha afim de otimizar a pernada programada praquele dia, q por sua vez amanhecera envolto naquela nebulosidade clara típica de verão, porém de previsão seca pela meteorologia. O vento frio q ali soprava contrastava duramente com o calor abafado do Vale do Paraíba, nos obrigando a trajar anorakes q no decorrer da caminhada seriam logicamente  removidos. 
 
Tomamos então a precária estradinha de terra ao lado do posto e tocamos por ela indefinidamente, mantendo-nos sempre na principal e ignorando duas vertentes q dela derivam já quase logo no inicio. De cara tropeçamos com um terreno aberto, na verdade uma rústica rampa de asa delta  q além de nos brindar com uma bela vista da cidade de Piquete, pequenina lá embaixo, tb oferece um visu da crista q bordejaremos naquele dia, esparramando-se elegantemente a sudoeste.
 
A pernada inicial transcorre sem nenhuma interferência, subindo e descendo suavemente pela serra, cruzando reflorestamentos de pinnus e eucaliptos q depois dão lugar a mata ciliar abundante, cuja folhagem parece se render aos uivos constantes do vento onipresente. Toras de madeira empilhada ao longo do caminho denunciam recente desmatamento q ali não havia dez anos atrás, o q não deixa de ser novidade em se tratando de Serra da Mantiqueira. No caminho, um punhado de amoras silvestres complementa nosso improvisado desjejum a base de bolachas.
 
Sempre serpenteando a encosta, eventualmente a vegetação se abre permitindo algum visu, mas logo torna a se fechar em meio a bosques de mata secundária. Mas as 10:50hrs nos deparamos com uma discreta seta amarela apontando pruma picada q se enfia na mata, à direita, nossa q nada mais é a trilha q leva ao Pico do Ataque. Pra ter mais agilidade, deixamos as cargueiras mocadas atrás de um bambuzal e tomamos a vereda em questão, subindo suavemente a encosta da montanha sem gde dificuldade. As vezes a vegetação alta parece ocultar a trilha mas ela ta lá, bem evidente, embora no caminho tb exista alguma mata tombada q demande desvios oportunos.
 
Em pouco tempo emergimos no aberto, onde a trilha aparenta não ter continuidade, mas observando bem ao redor percebemos estar num aceiro de manutenção de alguma coisa, q depois se revela ser de postes q seguem em direção ao pico. Pois bem, a partir daqui então basta tocar aceiro acima, sem gde dificuldade, as vezes por discreta trilha – na verdade, capim amassado –  mas a maior parte do tempo é ralando as pernas em meio a arbustos baixos, secos, duros e espinhentos. A medida q ganhamos altitude as vistas se ampliam, permitindo avistar as cristas q nos acompanham, assim como a crista da Mantiqueira estendendo-se do Marins até bem pra trás., á nordeste.
 
Ao ganhar um largo ombro serrano, já na cota dos 1933m, podemos então avaliar de fato o qto  ainda falta ate o cume, onde é possível já avistar as torres de retransmissão da TV Bandeirantes nos servindo de referência. Mas antes é necessário descer um íngreme colo forrado de vegetação alta obstruindo o caminho. As mãos tornam-se necessárias tanto pra tatear como abrir terreno, ate q chegamos ao fundo do tal selado. Ali nos agachamos feito cachorrinhos pra atravessar um espesso bambuzal, e transposto este obstáculo a subida é retomada no mesmo compasso anterior.
 
Emergindo então novamente no aberto da continuidade da crista a picada parece ficar mais óbvia e clara, desviando dos focos vegetativos mais florestados e agrestes. E após um ultimo trecho íngreme, onde a trilha revela sujeirinha de animais selvagens e se orna em sua margem de belas flores, acabamos chegando finalmente nas torres q marcam os 2010m do cume do Pico do Ataque, pontualmente ao meio-dia. A vista é deslumbrante e proporciona uma panorâmica de td entorno: ao sul temos o caminho q virá pela frente, marcado pelo largo aceiro pelado q pontilha a continuidade da crista a partir de um morrote bicudo, q é o Alto da Lavrinha, com o Carrasco destoando, elevando-se bem lá atrás; e ao norte temos td a crista percorrida, alem das casas esparsas da Faz. São Luis ao sopé dos picos q se sucedem uma atrás do outro nesta continuidade da Mantiqueira, com destaque pro Marins e Itaguaré. Das torres parte uma estreita estradinha precária, sentido sudeste, q intercepta abaixo aquela principal na qual já estávamos, e lamentamos não ter trazido as cargueiras junto afim de ter adiantado um tantão da pernada naquele dia, mas ai deixaríamos de passar pelo pto de água mencionado no inicio. Portanto fica a dica: traga mais água, suba o pico pela trilha e economize tempo retomando a pernada pela estrada de manutenção das torres.
 
Após um bom descanso à sombra das torres, as 12:30hrs retomamos a pernada descendo pelo mesmo caminho em ritmo bem mais acelerado ate alcançar as mochilas e, claro, a estrada. Eram 13:15hrs, o calor estava forte e o sol espiava por entre as nuvens aumentando a sensação de temperatura, razão pela qual paramos novamente pra descansar e comer alguma coisa, à sombra do arvoredo na entrada da trilha do Pico do Ataque. A pernada so foi retomada dez minutos depois, em parte motivada por inconvenientes pernilongos q ali fizeram questão de nos expulsar.
 
Depois de passar pelo supracitado pto de água, na verdade um pequeno córrego onde reabastecemos os cantis as 14:20hrs, a estrada começa a descer forte sentido sudeste. Ignorando (agora sim) a estrada, à direita, vindo das torres do Pico do Ataque, nossa marcha se mantém um pouco em nível pra em seguida começar a descer rumo o sopé de um reflorestamento de pinnus, ao sopé de um enorme morro pelado e bicudo q nada mais é o Alto da Lavrinha, pto de partida pra prosseguir a pernada de cristas. Pra chegar até ela, abandonamos a estrada principal em favor de uma larga trilha em meio ao capinzal q vai em seu encontro, passando por um marco de concreto da divisa estadual.
 
A subida deste morro bicudo é forte, puxada e íngreme. O chão de terra seca aparentemente firme se esfarela ao menor contato, daí a necessidade de pisar nos sulcos e “degraus” já existentes pra auxiliar na ascensão. A subida é lenta, claro, e só não é pior pq o céu esta totalmente nublado, do contrario teríamos um sol escaldante estapeando nossas cacholas. E assim, de forma pausada, as 15:30hrs alcançamos os 1946m do Alto da Lavrinha, coroado pelo q parecia ser um mastro de bandeira sem a dita cuja e marcos de cimento com a inscrição “FPV-Imbel”. Uma pausa pra retomada de fôlego e contemplação da paisagem ao redor, por sua vez quase similar à do Pico do Ataque, com a diferença q o visu deste ultimo não tem uma  cadeia de morros obstruindo parcialmente o quadrante norte.
 
A partir daqui nosso caminho prossegue pra sul e sudoeste, se valendo do largo aceiro q – além de limitar a Fábrica Presidente Vargas – coroa uma larga e abaulada crista q se espicha nessa direção. E assim nossa marcha percorre vagarosa e sinuosamente pelo alto da divisa estadual SP-MG, enquanto belos panoramas vao se descortinando a cada passo dado: ao longe, vemos a oeste algumas torres de alta tensão q nos servirão de referencia e soa nosso destino; a leste vislumbramos tds as cidades do Vale do Paraíba, das quais destoam os domos reluzentes de Aparecida; enqto à sudoeste percebemos a crista do Carrasco, esparramando-se nessa direção, com pequenos véus alvos despencando de suas íngremes encostas mais ocidentais, denunciando pequenas e improváveis cascatas.
 
Após um bocado de sobe-e-desce-suave e a Lau já dando sinais de cansaço, as 16:30hrs chegamos num trecho do aceiro em q ele faz uma curva fechada pra esquerda e começa a descer forte. Mas é bem nesta curva q existem três marcos de cimento como referencia, discretamente dispostos no chão. Pois bem, basta procurar atrás deles (a esquerda), na florestinha mesmo, vestígios de alguma picada. Pois é, demorei pra encontrar essa maldita trilha, q há década atrás tava bem batida e obvia, sinal q esta travessia de fato tem sido pouco freqüentada. O fato é q depois q encontrei rastros da trilha passei a me guiar tb com auxilio da bússola, mas uma vez nela bastou tocar pra oeste e depois pro sul, em meio à mata. A vereda continua firme e forte mas é preciso prestar atenção pq tem mto bambuzinho obstruindo o caminho, o q nos atrasou um pouco. Emergimos, então, no alto de um morro, q de acordo a carta acredito seja o  Pico do Cabrito (1817m), com vistas dos vales ao norte e o som de água correndo farta logo abaixo, à oeste.
 
Aqui a trilha se perde mas, busca aqui e ali, é reencontrada logo adiante pra então descer através do arvoredo e finalmente desembocar numa precária estrada de manutenção das torres de alta tensão, com as dita cujas bem a oeste, quase ao alcance dos dedos. Sim, eram aquelas mesmas torres q tínhamos visado hora antes. Ufa! Saímos daquele bambuzal infernal a exatas 17:30hrs, e agora temos q tocar pela estradinha à direita, ou seja, pra oeste, ainda por cristas cercadas de mata. A Lau não esconde seu cansaço e proponho estacionarmos de vez aqui, mas ela não arreda pé e diz pra dar continuidade ao nosso cronograma original. Digo q falta pouco e isso ao menos lhe dá um gás extra, embora o meu conceito de “falta pouco” seja algo bem relativo.
 
O caminho agora é pela precária estradinha de manutenção, acompanhando a linha das torres e repleta de mato rasteiro espinhento e outro bem alto nalguns trechos. Não demora e tropeçamos com duas decrépitas pinguelas q passam sobre dois pequenos córregos, cuja farta água era a q tínhamos escutado do alto do morro, hora antes. Pausa pra encher os cantis, de modo a garantir nossa janta e desjejum, pois a próxima água será apenas pela manha sgte.
 
A caminhada prossegue no mesmo compasso, porem mais lenta e trôpega por motivos óbvios. O sobe e desce constante já dá sinais de cansaço inclusive neste q vos escreve, mas já q tamo de pé vamo chegar ao local proposto, ne? Bem, a estrada nos leva outra vez ao alto dos morros onde as vistas se expandem e, a sudeste, aprecio o maciço conhecido como Pedra Focinho de Cão reluzir á luminosidade daquele final de tarde. E após contornar dois pequenos morros forrados de araucárias, ignorando uma saída a direita, reconheço o Pico do Vista Alegre, no qual percebo os mesmos dois sulcos da vez anterior subindo ao topo.
 
A Lau a esta altura já anda mais por inércia, zumbificada, e não vê a hora de largar a mochila. Bordejamos o sopé do Vista Alegre e logo caímos num larga clareira de capim ralo, q marca a bifurcação da trilha dos romeiros, além de ser nosso bem-vindo e tão almejado local de pernoite. São quase 18:30hrs e a Lau literalmente desaba ao pisar aqui, exultando de alegria. O campinho é bem simpático não fosse algum lixinho amontoado nos arbustos. Duas pequenas capelinhas servem de pequenos templos às graças alcançadas q o tal Frei Galvão deve prover pra iluminar seus devotos peregrinos. E observando bem, vemos claramente a trilha q nasce dali e se embrenha serra abaixo, rumo o Bairro dos Pilões.
 
Montamos a barraca no mesmo momento em q a escuridão dá sinais de se debruçar em definitivo no alto da Mantiqueira, acompanhado de uma brisa suave q faz recorrer a nossos anorakes. Mas somos mais rápidos e ates mesmo do manto negro da noite cair já temos o fogareiro ronronando pra, enfim, cozinhar um suculento miojo q nunca ficou tão delicioso ao ser engrossado com fatias de calabresa. E após bebericar um suco, q rebate a janta de forma impar, é q nossos corpos moídos e doloridos q finalmente despencam sobre os aconchegantes sacos de dormir. As estrelas começam a pipocar no céu, assim como as luminescência das cidades do Vale do Paraíba resplandece maravilhosamente ao ser silhuetada pelas montanhas do entorno. De noite ventou um tanto de modo a remexer a estrutura da barraca, mas o sono coletivo profundo ignorou td e qq acontecimento ou fato q por ventura ocorresse aquela altura do campeonato. Estávamos hermeticamente isolados do mundo exterior, recarregado as energias nos braços de Morpheus.
 
Na manhã  sgte despertamos preguicosamente assim q a claridade toma conta da barraca, por volta das 7:30hrs. O corpo dolorido reclama mas se encontra c/ mta melhor disposição pra jornada preparada praquele dia. Espio la fora e vejo um dia promissor, com algum vento dispersando as poucas nuvens no firmamento azul pra dar lugar a um sol radiante e acolhedor. E após um desjejum sem pressa – embalado em bisnagas, café e leite – as cargueiras engolem rapidamente o material de acampamento pra clareira ficar tal qual fora encontrada.
 
Antes de partir, porém, uma rápida subida ao alto dos 1747m do topo do Alto do Vista Alegre, logo ali do lado, pra começar o dia com paisagens inspiradoras. Num piscar de olhos o sulco rasga a suave encosta de capim e nos leva ao abaulado e pelado topo, coroado por uma pequena lajota de pedra. Do alto temos uma vista bonita do Vale do Paraíba, com destaque pros contrafortes serranos do entorno despencando do planalto pro Vale dos Pilões, logo abaixo.
 
Começamos nossa marcha daquele dia pontualmente as 9hrs, ainda pela precária estradinha de manutenção sentido oeste, acompanhando o vale do Córrego Boa Vista, q podemos ouvir correndo ao sopé das montanhas a nossa direita. No caminho, uma placa afixada numa araucária indica estarmos nos domínios da “APA Mantiqueira”. A estrada serpenteia uma encosta ate passar pela extremidade de larga uma crista de pasto, pra começar a descer rumo o rio em questão. A estrada então cruza o Córrego Boa Vista, as 9:20hrs, q marulha águas rasas e cristalinas, mas a gente não passa pra outra margem e sim faz um breve pausa refrescante pra lavar louça, escovar dente e, principalmente, encher td nosso estoque de água possível. Afinal, a partir de agora vamos ganhar as cristas e provavelmente o precioso liquido não será encontrado nelas. Pra garantir nosso sustento levei quase 4L enqto a Lau encheu seu camel-back, alem de levar uma pequena garrafa na mochila por precaução.
 
Pois bem, é aqui q abandonamos a estrada, q após cruzar o córrego segue pra noroeste ate dar na Faz. Nova Esperança e, depois, desembocar no asfalto da MG-62, as margens de Venceslau Brás. Do rio, retrocedemos algo de 50m procurando o melhor lugar pra ganhar a encosta à nossa esquerda, totalmente repleta de terríveis bambuzinhos, de modo a ganhar o inicio pelado da longa crista q se projeta kms pra oeste. Lembro q da outra vez q aqui estive foi bem fácil varar este bambuzal, q nesta ocasião mostrou-se mais fechado, cerrado e agreste. Indo na dianteira comecei a rasgar mato no peito, subindo vagarosamente, desviando das voçorocas maiores ou encarando o mto mato tombado no caminho. 
 
A medida q avançávamos fomos deixando um “túnel” de vegetação trás de nos, onde deixamos tb marcações pra nos auxiliar caso tivéssemos q retornar por aqui (evitando assim novo vara-mato), o q felizmente não foi necessário.
 
Mas a ralação teve fim as 10:20hrs, qdo emergimos  na íngreme encosta de pasto q a passos lentos tb foi vencida, pra em seguida a inclinação aparentar suavizar e o andar se tornar mais agradável. Ainda assim, a Lau vai devagar, obedecendo seu próprio ritmo nos trechos mais pirambeiros. Mas não há pressa, pois temos o dia inteiro pra ganhar a crista principal. A medida q ganhamos altitude, olhando por sobre o ombro vemos o q ficou pra trás: o vale do Boa Vista permaneceu la embaixo, ao sopé das enormes montanhas q agora disputam conosco a atenção de seus cumes. A flora tb é merecedora de mtos cliques, principalmente qdo a encosta é belamente ornada de vistosas sempre-vivas dançando ao vento, típicas do Espinhaço.
 
Continua…. 
Compartilhar

Sobre o autor

Jorge Soto é mochileiro, trilheiro e montanhista desde 1993. Natural de Santiago, Chile, reside atualmente em São Paulo. Designer e ilustrador por profissão, ele adora trilhar por lugares inusitados bem próximos da urbe e disponibilizar as informações á comunidade outdoor.

Deixe seu comentário